quinta-feira, outubro 05, 2006

Sem sentido significa correr pelas pedras da pouco perspicaz alvorada para aos poucos rangir dentes no asfalto ensangüentado. De abril correm moinhos que gelam ao tempo de comadres. Na sombra ou ao largo, choram bombachas e tremem seus sóis, pois sois sentado na primeira de todas. Clapem pelo jugo, meus entes, pois pelados foram quase todos, e argumento que sequer senti.
Entrou de repente e pedalou o máximo que pôde com ânsia de lacrimar. Ao próximo destacou e mesmo de posse rugiu para o lençol. Pouco sacana, mas assomou de pronto e, dueto, sorriu com a bizarrice do comparsa.
- Forte pasto metal
- Aquece na mente que bóia carrega de pronto, e sonho padece exaurido
- Mas fronte que passa é garrafa silêncio
- Noturna se muito, prefiro galega
Passava de bote e tempo de mato. Arfante começo de fina planura, que segue e soga mas deixa atalho. De dois ou três voltava ao mesmo e luz forçando não livra de beiços. A torta malhada se gritou baixinho, molhando invejas de quarta zunindo.
- Não para de rir e pensa que voa
- Se penso ou dispenso, revogo de fé
- Mas carta é só, e espaço corrente
- Fico tenente que logo me sano
Tristeza surgiu, da risada do outro. Nuvem deixando a sala, e música voltando ao ouvido. Em torno, cansaço e sorrisos. Na mesa, garrafa pela metade, ainda dá mais um gole, que segue embalando o rumo. Pouco de versos que enrolam um pouso, mas de cordas a mente se volta. A cabeça já pensa sozinha, já pode pegar de volta as rédeas. Ainda volteia, mas olha em volta e vê a baderna. Mas tem tempo, amanhã se preocupa em arrumar as coisas da viagem.

Um comentário:

Arbº disse...

já estava tudo embaralhado em minha cabeça pois acabo de sair da prova do André, entrara madrugada estudando.
não me foi menos embriagante esse texto.