sexta-feira, setembro 01, 2006

Um dia em preto e branco pode ser pesado, triste. Mas é charmoso.

Afogando-me em uma nuvem, sem saber para que lado seguir, pode ser bem penoso equilibrar-se aqui. O vapor d'água é tão denso, mas não como as nuvens que vejo lá de baixo. Não é macio, branco e aconchegante. Como frio e úmido são correlacionados, tudo branco e molhado. A respiração volta, mas só quando eu quero, e, se não quero, me bate uma angústia sem controle, me debato até que meus pulmões não me obedecem mais e respiram sem minha permissão. Que engraçado! Converso com um cachorro na falta de companhia, mas ele não é capaz de me escutar. Ocupado, com certeza. O som do silêncio está por todos os lados, tentando resistir ao barulho de meus sapatos. Urinar é preciso, ainda que em qualquer lugar vago. Não me cabe julgar os desejos do meu corpo, mas pela quantidade, eu já devia ter tomado esta providência faz tempo, mas não consigo prestar atenção em tudo ao mesmo tempo. Passo em passo, os passos se suscedem e suscedem-se os passos, um de cada vez, o direito e o esquerdo, um após o outro após o um após o outro após o um, sucessivamente. Tantas vezes se sucedem que chego à porta. Uma chave prá uma fechadura, uma única combinação de ranhuras no metal que permite o acesso a quem a possuir. Uma única, e esse é o problema, são tantas e tão parecidas, e se multiplicam e trocam de lugar. A muito custo, o silêncio já é passado que os passos ganham companhia no outro extremo que não vejo pois a nuvem insiste. E de novo outras chaves e de novo outras chaves. O enjôo gira tudo não dá prá fechar o barulho não rápido gira e que nojo abraçado mais água não faz barulho e girando.


Um comentário:

Arbº disse...

tem gente que não bebe e está morrendo...