segunda-feira, setembro 11, 2006

Ah, se a Lady Mercado cuidasse de perto seus filhos! Mas ela está sempre ocupada com essa vida de negócios. A Oferta, por exemplo, não anda comendo direito, talvez esteja com anemia até. A Demanda, (nem parecem irmãs gêmeas!), beira a obesidade. Deve comer do prato da outra. Ah, se a Lady Mercado não deixasse tudo por conta da babá ou dos avós. A babá tem a didática de um Pinochet; os avós, partidários do laissez-faire. Em que confusão crescem essas crianças! E a Lady Mercado não sabe a metade. Quando escapa da correria vai pro salão de beleza. Pra desestressar.

11 comentários:

Felipe disse...

O problema com suas filhas é genético. Afinal, os recursos são escassos e os desejos são insaciáveis.

Arbº disse...

Por isso é essencial que ela não vire uma velha solteirona. Precisa de alguém que a governe.

Felipe disse...

Não discordo completamente de ti (imagino que tu não esperava uma concordância plena de mim...), ainda que ache a tua afirmação um tanto machista. Ela não precisa de ninguém que a governe. Precisa de um companheiro, que a complete.

Arbº disse...

foi exatamente o que quis dizer, um companheiro que a complete... talvez tenha usado "governe" pra ser mais explícito na analogia

Felipe disse...

Me pareceu um pouco autoritário. Talvez o verbo governar carregue um pouco este estigma.

Anônimo disse...

Eu ia dizer q parecia uma observação machista, mas achei q era paranóia de mulher. Mas agora ratifico as palavras do Felipe...

Arbº disse...

com certeza não é uma observação machista. é, no máximo, keynesiano, pelo que tenho aprendido. mas sério, nem um pingo de machismo, até pq não estamos falando mesmo de uma mulher não é verdade? agora, se querem discutir a necessidade de um mecanismo de governo... there we go

Felipe disse...

Um austríaco acharia que ela não precisa de ninguém que a governe, pelo contrário. Acharia que ela deve ser independente, sem dar satisfações a ninguém. Seria o conselho de uma feminista de carteirinha.
Um keynesiano (englobando aí todos os bilhares de subgrupos) diria o que tu disse. Ela precisa de alguém prá tomar as rédeas e protegê-la, e ele sabe o que é o melhor a se fazer.
Um adepto da "public choice" acharia que a melhor situação é um casamento moderno, sem compromisso. De preferência, cada um em seu canto, para evitar brigas. Ele ajuda ela, ela ajuda ele, mas só quando convém. E, se as filhas são dela, ela que sabe o que é o melhor. Ele pode até ajudar a fazer as compras, a levar na festinha, essas coisas...

Felipe disse...

Mas... discutir a necessidade de um mecanismo de governo ou se é conveniente que haja um mecanismo de coordenação das decisões coletivas?

Arbº disse...

mecanismo de governo pode abarcar "mecanismo de coordenação das decisões coletivas"... mas, realmente, creio que seja melhor que o primeiro seja apenas um de alguns que contibuam para o último...

Felipe disse...

Sim, um mecanismo de governo é um mecanismo de decisão coletiva.
Um mecanismo de decisão coletiva pode ser apenas uma regra com a qual as pessoas decidem coisas.
Quando penso em um governo, já penso em não só as regras, mas também todo um aparato "físico" decidindo e executando decisões pelos demais.
Lembrando que um mecanismo de governo funciona da mesma forma que o mercado, com seus integrantes agindo de acordo com seus próprios interesses. Assim, um órgão governamental não tem interesse próprio (por exemplo, consertar uma falha de mercado). Quem tem interesses próprios são seus integrantes. Com as regras corretas, o comportamento dos funcionários do governo visando maximizar sua própria utilidade levará à maximização do bem estar coletivo (seja ele qual for...).
Entretanto, quem vai decidir quais as regras corretas e qual o bem coletivo? Um funcionário público?