sexta-feira, setembro 15, 2006

Quiçá sejamos peixes

de dentro ouço sua voz
a escorrer do céu
dos sonhos que se derramam pelo mundo
me busca num pedaço de papel
e me escreve de água

a tinta deste outro que não sou
escapa da verdade que me luz
e a transparência que me mar
me veste d'alma viva que ficou
e me cobre de água

eu corro, eu corro, eu corro pra buscar
e gota atrás de outra traz a força
que me corre desta apatia
que me morre nesta ilusão
e me impele àgua

ah chuva, me acha, vai
que eu corro pro tempo vir
aquele tempo de existir
que me molha de mim

ah chuva, me olha, vem
que eu tô pra achar o meu bem
e a vida há de secar
bem longe daqui

5 comentários:

Felipe disse...

Prá vida secar?
Quero é achar meu bem, prá ela transbordar bem perto de mim

Arbº disse...

vou editar o fim, pra ser mais positivo e não deixar espaço para não-entendimento

Felipe disse...

Não. Não acho que tenha que editar, está muito bom.
Mas eu, em particular, não quero que seque...

Arbº disse...

fui editar, e achei melhor deixar assim...
não escrevi "prá vida secar", veja bem

Felipe disse...

Sim, estou vendo...