A coruja me olha, questionadora
meio de lado, assim, pra não pressionar
ocorre que o silêncio de quem espera é menor
que o silêncio de quem quer
mas não sabe o que dizer
quer dizer...
embora pareça o contrário
veja bem: o silêncio de quem espera.
chega quase a não ser.
a coruja ouve meu não dizer
e, esperando minha palavra dita,
diverte-se ou tedia-se
com minha retumbante ânsia
meu tilintante ensaio
e o engolir da minha língua
veja só, que para mim é prisão
e pra ela é porto.
não há silêncio onde não possa haver ao menos um monólogo
quiçá um diálogo
não há conversa entre a fuga e a demência de uma espera
quarta-feira, outubro 10, 2007
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