sexta-feira, julho 28, 2006

Morte à exceção I

lama esterco pântano
flor
que horror destacar uma beleza
assim, só pela cor
só pelo contraste
que lástima pra natureza
essa veneração do diferente
a degradação do próximo

medalha sempre ao último
o último vencedor
aquele que entrou na batalha
e fez do sangue derramado
cor distinta do seu vestir
ora moda, ora amado
no altar de não ser
igual ao resto

funesta igualdade
- sobra rir
de ti, de mim,
de uma flor morta
sem qualquer mistério
que belo jardim
para um cemitério

3 comentários:

Felipe disse...

São muitas as situações nas quais o contrário é que é o horror. Penso em como é triste quando só gostamos do que nos é familiar e pre-conceituamos aqueles que não se assemelham a nós.

Arbº disse...

sim, o culto cego à igualdade é tão prejudicial qto ao que me referi.

Felipe disse...

Por supuesto.
Quando vem a "Morte à exceção II"? Já está no forno?