terça-feira, maio 23, 2006

Com a mão

Foi como tirar com a mão. Foi o que lhe veio à cabeça após o som da campainha chegar a seus ouvidos. - Estou no banho, te ligo depois, tá? - Estou na minha vó. Te ligo quando chegar em casa. Ainda vou demorar um pouquinho - Tá bom. Beijo - Beijo. Desligou, passou o telefone na toalha, e voltou ao seu banho. Tinha sido só uma hora, mas parecia a eternidade. O tempo passa diferente dependendo de que lado você está da porta do banheiro. Os pensamentos ficaram mais claros e voltavam a fluir em velocidade de cruzeiro. Até a música que tocava na sua cabeça mudou. Aproveitou a água quente caindo no pescoço e desligou o chuveiro. Escorregou ao sair do box. Pensou ainda em como era bom não ter mais aquela angústia no peito.

Um comentário:

Arbº disse...

É por esses e outros motivos que eu tomo banho. É a água - umedece a nudez, põe as roupas no ralo e nos devolve alguma integridade ao pensamento.