segunda-feira, abril 10, 2006

A língua subtraída

A língua que falas despojou-se de sentido. Ela não tem assovio, latido, nem riso de criança. Tua voz perdeu a vez na atmosfera corrompida com vulg'ares de esperança. Ela não tem nexo, não tem lógica: é disléxica sendo só analógica. Teu discurso não tem curso, nem nascente nem foz. Ele é desconexo de si próprio, de todos nós, um liberal suicida. E o teu texto? Sem entrada nem saída! Foge de todo contexto, sem saber arruinar a pouca vida que lhe esqueceram tirar.

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