quarta-feira, abril 19, 2006

Das inconformidades

Poderia haver, e pode, alguém que não suportasse o sol e sua luz, fosse porque não simpatizasse com o azul que adquire o céu. No entanto, em lugar dele, haveria de existir outro condicionante para sua própria vida, eis que depende de energias cuja fonte é, hoje, unicamente o astro mencionado. Pois, e se, supondo-se, tal substituto fosse encontrado e experimentado na prática? Com que cor o céu se pintaria? Qual a chance deste novo, digamos, layout, agradar a todos? Nenhuma, certamente. Esse exemplo não implica nem determina a abolição do descontentamento, mas sublinha que todo desacordo deve estar ciente do que é inerente ao que se chama viver – seja a energia vital, sejam todos nossos intrínsecos pormenores, como o próprio descontentamento.

Nesse sentido, por exemplo, poderia se pensar com mais imparcialidade sobre o tão difamado capital.

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