quinta-feira, abril 27, 2006
Frege publicou em 1892
"A igualdade¹ desafia a reflexão dando origem a questões que não são muito fáceis de responder. É ela uma relação entre objetos ou entre nomes ou sinais de objetos? Assumi a última alternativa. As razões que parecem apoiar essa concepção são as seguintes: a=a e a=b são, evidentemente, sentenças de valor cognitivo diferentes; a=a sustenta-se a priori e, segundo Kant, deve ser denominada de analítica, enquanto que sentenças da forma a=b contêm, freqüentemente, extensões muito valiosas de nosso conhecimento, e nem sempre podem ser estabelecidas a priori. A descoberta de que o sol nascente não é novo cada manhã, mas é sempre o mesmo, foi uma das descobertas astronômicas mais ricas em conseqüências. Mesmo atualmente, o reconhecimento de um pequeno planeta ou de um cometa nem sempre é evidente por si. Assim, se quiséssemos considerar a igualdade como uma relação entre aquilo a que os nomes "a" e "b" se referem, pareceria que a=b não poderia diferir de a=a, desde que a=b seja verdadeira. Deste modo, expressaríamos a relação de uma coisa consigo mesma, relação que toda coisa tem consigo mesma, mas que nunca se dá entre coisas distintas. Por outro lado, parece que por a=b quer-se dizer que os sinais ou os nomes "a" e "b" referem-se à mesma coisa, e neste caso, a discussão versaria sobre estes sinais. [...]"
[¹ Uso esta palavra no sentido de identidade e entendo "a=b" no sentido de "a é o mesmo que b" ou "a e b coicidem".]
quarta-feira, abril 26, 2006
Provando que 1=2
Problema de Agência
La música - Yo la tengo
segunda-feira, abril 24, 2006
À RBS
Fiz cursinho Pré-Vestibular de meio semestre, concomitantemente ao terceiro ano, e essa foi uma experiência valorosa pois me abriu ao conhecimento de forma definitiva. Fiz uma viagem memorável, a ser repetida, por Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai - Santiago, particularmente, me abriu horizontes ao mesmo tempo em que me inseriu no mundo. Fiz o curso de desinibição e oratória que abriu o meu horizonte particular, revelando potencialidades antes abaixo da superfície. Fiz parte de um time vencedor durante os anos 90, no meu colégio, onde aprendi o que é ser parte de um grupo, o que é recuperar-se e o que é ser líder e incentivador. Fiz inúmeras cadeiras na faculdade que me colocaram a par do poder da comunicação, bem como do seu potencial riquíssimo a ser explorado. Li O tempo e o vento, Quando Nietzsche chorou, A insustentável leveza do ser, entre outros, que me abriram para tudo aquilo que eu considero estar aberto. Fiz um curta-metragem na faculdade e um poema meu foi musicado por um amigo. Tenho e divido blogs, como pode ter sido adivinhado.
quinta-feira, abril 20, 2006
Joan Miró [1893-1983]
Contemporâneo do fauvismo e do cubismo, Miró criou sua própria linguagem artística e procurou retratar a natureza como o faria o homem primitivo ou uma criança, que tivesse, no entanto, a inteligência de um homem maduro do Século 20.
Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893. Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos. Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.
Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas.
De 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, viveu em Montroig e Paris alternadamente. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias. Após uma viagem aos Países Baixos, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, os elementos figurativos ressurgiram em suas obras.
Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.
No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção política e social causadora da miséria e da guerra.
A partir de 1948, Miró mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha e Paris. Nesse ano iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético, cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica altamente elaborada, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.
Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
quarta-feira, abril 19, 2006
Das inconformidades
Nesse sentido, por exemplo, poderia se pensar com mais imparcialidade sobre o tão difamado capital.
segunda-feira, abril 17, 2006
A Verdade por si mesma não tem nenhum valor
Há uma coisa mais dolorosa do que nunca poder ouvir a verdade - é nunca poder exprimi-la, mesmo com a melhor vontade do mundo. Porque o que quer que digamos, o outro não escuta nunca a verdade que lhe queremos transmitir. Aquilo que sai dos nossos lábios e o que se passa na alma do outro, são sempre duas coisas diferentes. No instante seguinte deixa de ser semelhante - isso depende de tantas coisas que nada tinham a ver com a tua verdade e a tua vontade de verdade - isso depende do que o outro queria ouvir, da situação em relação a ti, etc...
E a verdade por si mesma não tem nenhum valor, é como uma moeda num país onde não é corrente.
Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão'
quinta-feira, abril 13, 2006
A armadilha da metáfora
quarta-feira, abril 12, 2006
?
terça-feira, abril 11, 2006
Markets are everywhere
"Nas folgas vagas, eu ia com os companheiros, obra de légua dali, no Leva, aonde estavam arranchadas as mulheres, mais de cinqüenta. Elas vinham vindo, tantas, que, quase todo dia, mais tinham que baratear. Não faltava esse bom divertir. Zé Bebelo aprovava: -"Onde é que já se viu homem valer, se não tem à mão estadas raparigas? Ond' é?" Mesmo cachaça ele fornecia, com regra. -"Melhor, se não eles por si providenciam, dão logo em abusos, patuléias..."
segunda-feira, abril 10, 2006
A língua subtraída
sexta-feira, abril 07, 2006
Do impensável dispensável
Tais teorizações tentam conceber outra forma de existência, enquanto a nossa, experimentada, já nos incita infindáveis desafios. Aponta para um horizonte metafísico a metafísica. Daí a irrealidade objetiva de um pensamento desta natureza - sem natureza.
quinta-feira, abril 06, 2006
Luz
Disse Guimarães Rosa: "O animal satisfeito dorme."
Pensamentos suicidas são covardes mentirosos que ignoram a eternidade que há em pensar, que há em viver. O pensamento virtuoso não quer ser dogma, não quer ser regra, pois conhece e aceita a substância criadora do desconhecer.
Disse Sócrates, primazia do saber: "Só sei que nada sei."
E se fez a luz.
quarta-feira, abril 05, 2006
Música do encontro (24 de março de 2006)
Letra: Chico do Canto
Música: Francis Milk
O encontro dos artistas
Quem quiser contar,
conte comigo,
conte até mais
não sou inimigo
Faço parte desta engrenagem
Quero ser a graxa pra fazer andar
Vamos assumir as posições
Livrando abertamente as gerações
que fazem parte desta engrenagem
Herdando tudo aqui que há de bom
Eu canto como quem quer reunir.
Tu pintas como quem não quer partir
Poeta! Pinte o verbo da emoção
Vivemos pra você poder sentir
Vamos assumir as posições
Livrando abertamente as gerações
que fazem parte desta engrenagem
Herdando tudo aqui que há de bom
Eu canto como quem
quer reunir.
Tu pintas como quem não quer partir
Poeta! Pinte o verbo da emoção
Vivemos pra você poder sentir
terça-feira, abril 04, 2006
Primeiro meio-discurso sobre a predisposição das coisas
Tal colocação, trivial a princípio, revela duas dimensões do processo incessante que é viver (ou, preferindo, ser), cuja existência, parece seguro dizer, é inerente ao movimento. Tomando-o (o processo) como teia de possibilidades com um sem-número de ramificações, cada qual representa uma opção possível logo respondida por recusa ou escolha, e, escolhida, instantaneamente ramificada, donde a mesma fórmula passa a se aplicar inesgotavelmente. O par de dimensões que conjuga essa finíssima e quase impensável engrenagem é formado por aquilo que aqui chamo (i)predisposição e pela (ii)causa ou elemento causador. Sem a presença de ambos não há nada que se dê, pois assim como uma inclinação a determinado resultado só se evidencia e se torna fato na medida em que deixa de existir como inclinação por alguma causa, nenhum agente causador concebe, por si próprio, lugar onde se manifestar, sendo que, para isso, faz-se necessária uma estrutura prévia que lhe permita praticar sua ação. Aqui parece importante relembrar que quando se fala em existir, tal conceito está, aqui, atrelado à percepção humana, isto é, falo do que pode ser percebido, não necessariamente do que é.
Pensando nessa estrutura anterior como espaço vazio a ser preenchido pela possibilidade concretizada – o acontecimento propriamente dito – e na causa como elemento que introduzirá, como se por um empurrão, os ingredientes desta receita, tem-se uma boa idéia do modo como se dá essa interação, entendendo-se os ingredientes como partes constituintes da causa, ou seja, causadores. Os efeitos, conseqüentes desta soma, são aqueles resultados alçados à experiência real, e povoam nosso mundo, entrechocando-se, percorrendo os mais diversos caminhos e direções que esta quântica origina em distantíssimos horizontes.
segunda-feira, abril 03, 2006
A notar
anotar tudo...
e a notar:
ar de artista
em mim.
"eu lhe ofereço
essas coisas que enumero
quando fantasio
é quando sou mais sincero"
(Holofotes, João Bosco/Antônio Cícero/Waly Salomão)
domingo, abril 02, 2006
Teoria dos Jogos
Teoria dos jogos é um ramo da matemática aplicada que estuda situações estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações em uma tentativa de maximizar seus resultados. Primeiro desenvolvida como uma ferramenta para entendimento do comportamento econômico, teoria dos jogos agora é usada em diversos campos acadêmicos, indo da biologia, psicologia à filosofia. Desde os anos 1970, a teoria dos jogos tem sido aplicada ao comportamento animal, incluindo o desenvolvimento de espécies pela seleção natural. Devido a jogos interessantes como o dilema do prisioneiro, no qual o auto-interesse racional fere a todos, a teoria dos jogos tem sido usada nas ciências políticas, ética e filosofia. FInalmente, a teoria dos jogos recentemente chamou a atenção de cientistas da computação por causa de seu uso na inteligência artificial e cibernética.
Tradução livre da Wikipedia.