segunda-feira, abril 02, 2007
Nunca outra vez
Maurício esticou o braço e abriu a porta do carona. Não foram trocadas palavras, e, a bem dizer, nem olhares se cruzaram. Bastou-lhe a mini-saia. À Anabela, bastaram as rodas imponentes da camionete de Maurício. Imperava o silêncio na noite, bem abaixo das estrelas. O automóvel fez um ruído raso e dobrou na outra esquina. Imóvel, misturado a alguns sacos de lixo no outro lado da rua, dois olhos sobressaltaram-se ao acompanhar a cena. A força derradeira não serviu nem pra levantar. Anabela tinha pernas de vender. Ele era o resto, era o rastro de borracha no asfalto. Ele ficava, Anabela ia. Não sabia aonde.
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