segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Economizar no Paraguay - no sentido de não gastar muito - é difícil a um brasileiro. Os preços em guaranies, convertidos em reais, tornam-se muito tentadores. Com dez mil guaranies (4 reais) se faz uma boa refeição. Hoje, de volta a Porto Alegre, paguei, com um nó na garganta, dez reais pelo almoço. São 25 mil guaranies!, pensei...

Isso não torna a vida do povo de lá mais fácil, como tu bem sabes. Ganhe-se proporcionalmente menos, bem como ter emprego é difícil tarefa. Não bastasse isso, o maior problema parece ser a estagnação no tempo, o continuísmo de práticas políticas conservadoras, ecos de uma longa ditadura, algo que parece freá-los, tirando-lhes a voz que permitisse acompanhar essa onda latina de "esquerda", "populista" ou "popular", o tempo dirá melhor que eu. Como disse Veríssimo em sua coluna na Zero Hora de hoje, a hipocrisia, que passou a ser intrínseca à política, tem suas fases agudas e crônicas. No Paraguay é como se a aguda tivesse virado quase usual, e talvez seja difícil de se ver através dela.

Voltando ao meu período de 15 dias por lá. Tratei de não gastar muito (e consegui), não trouxe nenhum eletrônico de e a única presenteada será minha mãe que completará anos na quarta-feira. E de recuerdo, claro, trouxe para mim uma camisa da seleção paraguaia que custa três vezes menos lá, e dois quilos do meu dulce de leche favorito.

De modo que é extremamente lucrativo fazer uma viagenzinha de compras para nosso querido país vizinho. Mas, no meu caso, o lucro foi me buscar na rodoviária.

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