quinta-feira, dezembro 17, 2009
quarta-feira, outubro 28, 2009
Essa eu sei!
Governo quer que câmbio chegue a ponto de equilíbrio, diz Lula
Fácil. É só não fazer absolutamente nada que o câmbio está sempre em equilíbrio. Se aumentar imposto, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Se parar de gastar, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Se colocar entrave ao movimento de capitais, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Agora mesmo, o câmbio encontra-se em equilíbrio. Só não estará em equilíbrio se o câmbio for fixo. Aí, ele fica parado até vir uma crise cambial e todo mundo apostar que vão liberar o câmbio. E volta para o equilíbrio, lá para cima ou lá para baixo.
Ê, mundão.
Fácil. É só não fazer absolutamente nada que o câmbio está sempre em equilíbrio. Se aumentar imposto, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Se parar de gastar, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Se colocar entrave ao movimento de capitais, o câmbio vai variar e encontrar um novo equilíbrio. Agora mesmo, o câmbio encontra-se em equilíbrio. Só não estará em equilíbrio se o câmbio for fixo. Aí, ele fica parado até vir uma crise cambial e todo mundo apostar que vão liberar o câmbio. E volta para o equilíbrio, lá para cima ou lá para baixo.
Ê, mundão.
segunda-feira, setembro 28, 2009
quarta-feira, setembro 16, 2009
O valor da informação
O que explica o jornal da semana passada custar o mesmo que o jornal de hoje? Em Cuba, de acordo com reportagem na Veja de 9 de setembro, o Granma (jornal do partido comunista) apresenta essa peculiaridade.
Escolha um jornal brasileiro. Qualquer um. O de hoje vale bem mais do que o de ontem ou do que o da semana passada. O que a teoria econômica tem a dizer sobre este estranho fenômeno. Basicamente, o preço de um produto é dado pelo seu custo marginal. E o interessante dos mercados é que eles ocorrem a despeito dos mandatários da economia. Mesmo a economia cubana sendo socialista, as pessoas acabam ofertando e demandando o produto até que seu benefício marginal iguale o seu custo marginal. O jornal do passado custar o mesmo que o de hoje diz a respeito do valor da informação nele contida para o povo cubano. Zero. As pessoas demandam o jornal pelo papel e ponto.
Mas, quem quer jornal velho? Ora, quem não tem papel higiênico, basicamente toda a população do país.
Escolha um jornal brasileiro. Qualquer um. O de hoje vale bem mais do que o de ontem ou do que o da semana passada. O que a teoria econômica tem a dizer sobre este estranho fenômeno. Basicamente, o preço de um produto é dado pelo seu custo marginal. E o interessante dos mercados é que eles ocorrem a despeito dos mandatários da economia. Mesmo a economia cubana sendo socialista, as pessoas acabam ofertando e demandando o produto até que seu benefício marginal iguale o seu custo marginal. O jornal do passado custar o mesmo que o de hoje diz a respeito do valor da informação nele contida para o povo cubano. Zero. As pessoas demandam o jornal pelo papel e ponto.
Mas, quem quer jornal velho? Ora, quem não tem papel higiênico, basicamente toda a população do país.
quinta-feira, agosto 27, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Custo de Oportunidade
Richard Dawkins em A Grande História da Evolução, citando R. A. Fisher utilizando conceitos econômicos para explicar a evolução:
Na natureza, a maioria das populações animais tem números aproximadamente iguais de machos e de fêmeas. Há uma boa razão darwiniana para isso, e ela foi entendida claramente pelo grande estatístico e geneticista evolutivo R. A. Fisher. Imagine uma população na qual os números sejam desproporcionais. Nesse caso, os indivíduos do sexo mais raro terão, em média, uma vantagem reprodutiva sobre os do sexo mais comum. Isso não ocorre porque há mais demanda para eles e lhes é mais fácil encontrar um parceiro (embora essa possa ser uma razão adicional). A razão de Fisher é mais profunda, com um sutil viés econômico. Suponhamos que haja duas vezes mais machos do que fêmeas numa população. Como cada cria nascida tem exatamente um pai e uma mão, a fêmea média deve, sendo tudo o mais igual, ter duas vezes mais filhos do que o macho médio. E vice-versa, se invertermos a razão entre os sexos na população. É simplesmente uma questão de alocar a prole disponível entre os pais disponíveis. Portanto, a seleção natural imediatamente contrabalançará qualquer tendência geral dos genitores a favorecer filhos em vez de filhas, ou filhas em vez de filhos. A única razão entre os sexos evolutivamente estável é 50/50.
Na natureza, a maioria das populações animais tem números aproximadamente iguais de machos e de fêmeas. Há uma boa razão darwiniana para isso, e ela foi entendida claramente pelo grande estatístico e geneticista evolutivo R. A. Fisher. Imagine uma população na qual os números sejam desproporcionais. Nesse caso, os indivíduos do sexo mais raro terão, em média, uma vantagem reprodutiva sobre os do sexo mais comum. Isso não ocorre porque há mais demanda para eles e lhes é mais fácil encontrar um parceiro (embora essa possa ser uma razão adicional). A razão de Fisher é mais profunda, com um sutil viés econômico. Suponhamos que haja duas vezes mais machos do que fêmeas numa população. Como cada cria nascida tem exatamente um pai e uma mão, a fêmea média deve, sendo tudo o mais igual, ter duas vezes mais filhos do que o macho médio. E vice-versa, se invertermos a razão entre os sexos na população. É simplesmente uma questão de alocar a prole disponível entre os pais disponíveis. Portanto, a seleção natural imediatamente contrabalançará qualquer tendência geral dos genitores a favorecer filhos em vez de filhas, ou filhas em vez de filhos. A única razão entre os sexos evolutivamente estável é 50/50.
Mas não é assim tão simples. Fisher detectou uma sutileza econômica nessa lógica. E se, por exemplo, custar duas vezes mais criar um filho do que uma filha, presumivelmente porque os machos são duas vezes maiores? Então o raciocínio muda. A escolha que se apresenta a um genitor já não é "terei um filho ou uma filha?". Agora é "Terei um filho ou - pelo mesmo preço - duas filhas?". A razão de equilíbrio entre os sexos da população agora é duas fêmeas para cada macho. Pais que favorecem filhos do sexo masculino com a justificativa de que machos são raros verão sua vantagem solapada precisamente pelos custos extras de produzir machos. Fisher conjecturou que a verdadeira razão entre os sexos equilibrada pela seleção natural não é a proporção entre machos e fêmeas. É a razão entre o dispêndio econômico de criar filhos e o dispêndio econômico de criar filhas. E o que significa dispêndio econômico? Alimento? Tempo? Risco? Sim, na prática todas essas coisas tendem a ser importantes, e para Fisher os agentes que despendem são sempre os pais. Mas os economistas usam uma expressão mais geral para designar esse gasto: custo de oportunidade. O verdadeiro custo de produzir um filho, para um genitor, é medido em oportunidades perdidas de produzir outros filhos. Fisher chamou este custo de oportunidade de Dispêndio Parental. Sob o termo Investimento Parental, Robert L. Trivers, um brilhante intelectual sucessor de Fisher, usou a mesma idéia para elucidar a seleção sexual. Trivers também foi o primeiro a compreender claramente o fascinante fenômeno do conflito entre pais e prole, em uma teoria que o também brilhante David Haig desenvolveu em direções surpreendentes.
Como sempre, e com o risco de entediar meus leitores não incomodados por rudimentos de filosofia, mais uma vez devo ressaltar que a linguagem premeditada que empreguei não deve ser interpretada ao pé da letra. Os pais não se sentam para deliberar se terão um filho ou uma filha. A seleção natural favorece, ou desfavorece, tendências genáticas a investir em alimento ou outros recursos de um modo que acabe levando a um gasto parental igual ou desigual com filhos e filhas considerando-se o total da população reprodutiva. Na prática, isso implicará frequentemente números iguais de machos e fêmeas na população.
Como sempre, e com o risco de entediar meus leitores não incomodados por rudimentos de filosofia, mais uma vez devo ressaltar que a linguagem premeditada que empreguei não deve ser interpretada ao pé da letra. Os pais não se sentam para deliberar se terão um filho ou uma filha. A seleção natural favorece, ou desfavorece, tendências genáticas a investir em alimento ou outros recursos de um modo que acabe levando a um gasto parental igual ou desigual com filhos e filhas considerando-se o total da população reprodutiva. Na prática, isso implicará frequentemente números iguais de machos e fêmeas na população.
sexta-feira, julho 03, 2009
Quem sabe de mim sou eu ou a saúde na empresa
Problemas comuns em diversas empresas de diversos setores de atuação: afastamentos por problemas de saúde e queda na produtividade dos funcionários estressados. A perda resultante desses fatores legitima a tomada de medidas por parte da firma para melhorar os hábitos de seus funcionários, uma vez que evidências empíricas indicam que, por exemplo, exercícios, mudanças na dieta e parar de fumar reduzem a probabilidade de ocorrência de um grande número de doenças responsáveis por afastamentos do trabalho.
Qual é a solução encontrada pelos gestores de RH preocupados com a responsabilidade social da empresa, que consideram que uma empresa deve ser uma mãe para seus empregados, e aplaudida como conquista por empregados e pelo sindicato? A resposta é montar uma academia para seus empregados, para que eles sintam-se incentivados à prática de exercícios. Esta atitude melhora os indicadores de produtividade e de afastamento por problemas de saúde? Sim, é a resposta. Então, qual é o problema, afinal?
Ocorre, em primeiro lugar, que, se a empresa for a maior do país, ela dificilmente terá condições de prover o benefício para todos os seus funcionários. Não há espaço físico suficiente para isto. Os gestores, tão bonzinhos, terão que arranjar um meio de escolher a quem oferecer a benesse. E qual a melhor forma de discriminar os candidatos a uma vaga na academia? Uma mente brilhante pensa que, se o objetivo é aumentar o nível médio de saúde dos funcionários, o benefício deve ser concedido àqueles com os piores indicadores, certo? Assim, basta consultar os exames periódicos realizados e indicar as “piores notas” para a academia. Isto provavelmente estaria certo se o jogo fosse jogado uma única vez.
Acontece que não o é. Não só o jogo é repetido como os jogadores aprendem. E aqueles que eram inicialmente preocupados com a sua saúde e que internalizavam os custos de uma boa saúde notaram o comportamento free-rider dos colegas. Quem não investe na própria saúde é “premiado” com academia gratuita. E academia é algo que custa caro no mercado.
Lembrando: o comportamento que se queria inicialmente incentivar era o de que mais pessoas tomassem os devidos cuidados com sua saúde. Entretanto, um comportamento diametralmente oposto passou a ocorrer. Aqueles que estavam com os parâmetros de seus exames próximos dos valores críticos se deram conta que poderiam se esforçar para piorar e, assim, beneficiar-se das vantagens de academia a custo zero. Aqueles para os quais o preço de mercado de uma academia estava próximo de seu preço de reserva optaram por não adquirir privadamente o serviço, na esperança de conseguí-lo de graça, uma vez que, além de economizar, aumentam a chance de serem agraciados com o subsídio da empresa (não fazer exercícios aumenta a probabilidade de engordar, um dos critérios de seleção). Outro comportamento que se tornou comum foi o de iniciar uma dieta de engorda como preparativo para os exames periódicos. Barriga grande e colesterol alto são grandes aliados na conquista de musculação a custo zero.
Assim, mesmo com a melhor das intenções, o que os gestores de RH conseguiram foram resultados limitados a custos altos e incentivando comportamentos destrutivos. Em primeiro lugar, duvido que os recursos da empresa sejam melhor empregados em prover serviços de educação física do que em sua atividade fim. Segundo, aparentemente, pessoas que teriam buscado privadamente soluções para o problema em questão engajaram-se no comportamento oposto para conseguirem benefícios. Finalmente, aqueles que estavam em pior situação provavelmente fogem de uma academia como o diabo da cruz, e continuaram sedentários, comilões e beberrões.
Uma solução melhor para o problema? Muito mais simples, menos custosa, e adotada aos milhares no mundo todo: o mercado. Que tal um convênio para obtenção de descontos com academias e nutricionistas? Aqueles que estavam marginalmente dispostos a melhorar seus hábitos o fariam com os preços mais baixos. E sem um esquema paquidérmico para escolher os eleitos e investir espaço e recursos escassos.
Qual é a solução encontrada pelos gestores de RH preocupados com a responsabilidade social da empresa, que consideram que uma empresa deve ser uma mãe para seus empregados, e aplaudida como conquista por empregados e pelo sindicato? A resposta é montar uma academia para seus empregados, para que eles sintam-se incentivados à prática de exercícios. Esta atitude melhora os indicadores de produtividade e de afastamento por problemas de saúde? Sim, é a resposta. Então, qual é o problema, afinal?
Ocorre, em primeiro lugar, que, se a empresa for a maior do país, ela dificilmente terá condições de prover o benefício para todos os seus funcionários. Não há espaço físico suficiente para isto. Os gestores, tão bonzinhos, terão que arranjar um meio de escolher a quem oferecer a benesse. E qual a melhor forma de discriminar os candidatos a uma vaga na academia? Uma mente brilhante pensa que, se o objetivo é aumentar o nível médio de saúde dos funcionários, o benefício deve ser concedido àqueles com os piores indicadores, certo? Assim, basta consultar os exames periódicos realizados e indicar as “piores notas” para a academia. Isto provavelmente estaria certo se o jogo fosse jogado uma única vez.
Acontece que não o é. Não só o jogo é repetido como os jogadores aprendem. E aqueles que eram inicialmente preocupados com a sua saúde e que internalizavam os custos de uma boa saúde notaram o comportamento free-rider dos colegas. Quem não investe na própria saúde é “premiado” com academia gratuita. E academia é algo que custa caro no mercado.
Lembrando: o comportamento que se queria inicialmente incentivar era o de que mais pessoas tomassem os devidos cuidados com sua saúde. Entretanto, um comportamento diametralmente oposto passou a ocorrer. Aqueles que estavam com os parâmetros de seus exames próximos dos valores críticos se deram conta que poderiam se esforçar para piorar e, assim, beneficiar-se das vantagens de academia a custo zero. Aqueles para os quais o preço de mercado de uma academia estava próximo de seu preço de reserva optaram por não adquirir privadamente o serviço, na esperança de conseguí-lo de graça, uma vez que, além de economizar, aumentam a chance de serem agraciados com o subsídio da empresa (não fazer exercícios aumenta a probabilidade de engordar, um dos critérios de seleção). Outro comportamento que se tornou comum foi o de iniciar uma dieta de engorda como preparativo para os exames periódicos. Barriga grande e colesterol alto são grandes aliados na conquista de musculação a custo zero.
Assim, mesmo com a melhor das intenções, o que os gestores de RH conseguiram foram resultados limitados a custos altos e incentivando comportamentos destrutivos. Em primeiro lugar, duvido que os recursos da empresa sejam melhor empregados em prover serviços de educação física do que em sua atividade fim. Segundo, aparentemente, pessoas que teriam buscado privadamente soluções para o problema em questão engajaram-se no comportamento oposto para conseguirem benefícios. Finalmente, aqueles que estavam em pior situação provavelmente fogem de uma academia como o diabo da cruz, e continuaram sedentários, comilões e beberrões.
Uma solução melhor para o problema? Muito mais simples, menos custosa, e adotada aos milhares no mundo todo: o mercado. Que tal um convênio para obtenção de descontos com academias e nutricionistas? Aqueles que estavam marginalmente dispostos a melhorar seus hábitos o fariam com os preços mais baixos. E sem um esquema paquidérmico para escolher os eleitos e investir espaço e recursos escassos.
sábado, junho 06, 2009
domingo, março 22, 2009
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
Vem
Conto uma história
Aumento um ponto
E, no próximo conto
Te boto no meio
Não digo mais
Não digo tanta coisa
Que até zonzo fico
De tanto calar
Vem logo prá cá
Que ainda tá grande
Ainda me perco
Não consigo achar
Vem, que deu sol
Tô só esperando
Ainda demora?
Quero ver o mar
Aumento um ponto
E, no próximo conto
Te boto no meio
Não digo mais
Não digo tanta coisa
Que até zonzo fico
De tanto calar
Vem logo prá cá
Que ainda tá grande
Ainda me perco
Não consigo achar
Vem, que deu sol
Tô só esperando
Ainda demora?
Quero ver o mar
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
quarta-feira, janeiro 28, 2009
Enferrujado
Guria passeia na areia
Passeia comigo na beira da praia
Na praia, no sótão
Guardada, me lembro
Anda na areia
Na beira da praia
E um cachorro preto
Colorindo o cinza
Eu cruzo a cidade
No vagão vazio
Na ponta do trem
Pensando no mar
O chima amargo
Me lembra por vezes
Tentou me dizer
Não queria ouvir
Sozinha
Comigo ao teu lado
Guria
Eu não te perdi.
Passeia comigo na beira da praia
Na praia, no sótão
Guardada, me lembro
Anda na areia
Na beira da praia
E um cachorro preto
Colorindo o cinza
Eu cruzo a cidade
No vagão vazio
Na ponta do trem
Pensando no mar
O chima amargo
Me lembra por vezes
Tentou me dizer
Não queria ouvir
Sozinha
Comigo ao teu lado
Guria
Eu não te perdi.
terça-feira, janeiro 20, 2009
segunda-feira, janeiro 19, 2009
Markets are everywhere
Economia não é apenas sobre dinheiro. Mas eu teria escolhido um grupo diferente... E foi aceito para publicação na revista da American Economic Association.
É só clicar no título
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